O
Papai Noel, empresário até então bem sucedido e riquíssimo, percebeu que suas
ações na bolsa de valores do Polo Norte estavam em queda vertiginosa, ano após
ano. Alguns fatores contribuíam para a derrocada do bom velhinho.
A
ameaça dos pet-blocs, que queriam resgatar as exploradas e sofridas renas
(especialmente o Rudolf, que além da exploração sofria com o preconceito por
sua orientação sexual diferenciada) era iminente. A pressão da opinião pública
(via redes sociais) para libertá-los era grande, e manchava a imagem do
poderoso distribuidor internacional de brinquedos.
Outro
fator, esse sim o mais relevante, era as crianças. O acesso a informação, a
internet, a mídia de uma forma geral acabava com a credibilidade do Papai Noel.
Era difícil uma criança acreditar que se comportando bem o ano todo encontraria
um presente no pé da árvore. Não parecia lógico umas se comportarem bem e
ganhar nada ou pouco, enquanto outras, mimadas e criadas em condomínio, se
comportarem mal o tempo todo e ainda ganharem seus iPhones 5S e Playstations 4.
O
antigo acordo de marketing com a Coca-Cola havia acabado. A poderosa
multinacional de refrigerantes não se interessou em dar continuidade à
vinculação de sua marca a um personagem em decadência, haja vista que cada vez
menos as crianças do mundo acreditavam nele. Afinal eles podiam aceitar a
cabeça de um rato passando por seu controle de qualidade (imagina o que não
passa), mas não podiam tolerar prejuízos por causa do nobre colega de gorro
vermelho.
Era
o fim do império do bom velhinho. O bilionário empresário agora era apenas um
reles milionário. Desta forma, Noel acionou sua equipe de advogados e entrou
com o pedido de recuperação judicial (nome bonitinho e politicamente correto
pra concordata, que nós humildes consumidores não podemos pedir caso tenhamos
dificuldade de pagar nossas contas do dia a dia. Só nos resta o calote e o
SERASA), junto ao Fórum Divino (aquele mesmo onde se arrasta o processo do Sr.David Justo, se deve ir pro céu ou inferno), cujo a jurisdição também incluía o
Polo Norte.
Deus,
que respondeu pessoalmente ao pedido, considerou todos os fatores, e percebeu
que não era viável ajudar o bom velhinho. Alem de todos os problemas,
claramente irreversíveis, era conveniente a saída do Papai Noel do mercado,
fato que acabaria com a concorrência com o aniversário de Jesus. Noel, enfim,
estava falido. Mas antes de ir embora, ele pediu a palavra e riu gentilmente antes de falar:
- Hô Hô Hô! Concordo com a
negativa do meu pedido, e sei que isso vai me levar à falência. Paciência, meu
tempo acabou. Mas atenção! As crianças já não acreditam em mim porque
amadurecem cada vez mais cedo e tem acesso a todo tipo de informação. E a humanidade
é como uma criança. Quando o homem amadurecer e a ingenuidade acabar, outras instituições
e seus respectivos líderes tendem a cair no esquecimento também. Aconteceu comigo, Zeus, Odin... Mas isso, nós
só saberemos com o tempo.
David Justo
Só o tempo vai dizer...Aliás, a hora que acreditarem nos Reptilianos, muita coisa vai mudar.
ResponderExcluirAs crianças sabem que o Papai Noel de verdade é o cartão de crédito do papai......