terça-feira, 29 de outubro de 2013

MARIA, MACHISMO E FOFOCA HISTÓRICA.

Maria, uma grande mulher.

Maria é um dos personagens mais interessantes da bíblia em minha opinião. Só acho curiosa a forma que ela é abordada pelos cristãos. Uma corrente defende que Maria é santa porque é virgem e imaculada. Outra defende que é uma mulher comum, porque não é virgem, nem imaculada, inclusive teve outros filhos. A meu ver, ambos argumentos são exclusivamente MACHISTAS. Em que a vida sexual de Maria (ou ausência de uma) interfere em seu legado? Jesus é Jesus só porque Maria é intocada? Jesus seria outro homem se tivesse irmãos? Enxergar Maria somente sob esse ponto de vista é machismo descarado. Falar sobre a vida sexual de alguém, a vida íntima, é fofoca. E lugar de fofoca é as capas de revistas de resumos de novelas, de sub-celebridades, horóscopo, essas coisas, não em um debate religioso sério. Ou na cabeça de machistas arcaicos (pleonasmo), aqueles que ainda acham que a pureza da mulher está relacionada com o hímen.
Maria é um personagem histórico, vítima de FOFOCA HISTÓRICA. Mas não está sozinha. Einstein por exemplo, era racista, subjugava e humilhava a esposa que era judia. Mudou a teoria da relatividade? Ronaldo Fenômeno foi flagrado com problemas envolvendo travestis (e cocaína). Deixou de ser o maior artilheiro da história das copas?
Voltando a Maria, observo as grandes religiões do mundo. A que mais tolera (sim, é uma questão de tolerância) a transformação no papel feminino na sociedade moderna, onde a mulher vence as barreiras da submissão e se coloca em igualdade de importância e valor com homens, é o cristianismo. E isso começou com Maria. Maria é um exemplo de mulher lutadora. Fugiu do Egito, arriscando sua vida para dar a luz. Educou o homem que seria o mais importante da história ocidental. Incentivou e apoiou o mesmo homem em sua trajetória. Como esquecer o episódio “Bodas de Canaã”, quando Jesus estava em dúvida e ela o encorajou? OK, OK, teve o episódio em que ele sumiu aos 12 anos e só foi encontrado horas depois no templo, mas isso não foi culpa dela. Nenhuma mãe tem culpa das traquinagens do filho. O filho, inclusive, se bem me lembro, disse na cruz, a João (se eu estiver incorreto, por favor, me corrijam) e Maria: “MULHER, eis aí teu filho. Filho, eis aí a tua MÃE”.
Esse é o legado de Maria. Ser referência como mulher e mãe. A principal, desse lado do planeta. Pra mim, tanto faz se virgem ou não. Deixo essa discussão pra outros. A obra de uma pessoa pra mim é mais importante que sua vida privada e íntima.

     
David Justo

Um comentário:

  1. Maria exemplo para todas as mulheres , Pois diante das dificuldades conseguiu vencer!!!

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