segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O MARIOKART E A MERITOCRACIA

 
Este é o melhor jogo de corrida de todos os tempos!!

    MarioKart é um jogo fantástico! Quando foi lançado, duvido que seus criadores tenham pensado no sucesso que a franquia faria. A diversão está justamente nesse descompromisso. É um jogo bobo, aí que está o charme. Confesso que jogo até hoje e não penso em parar de jogar. Recomendo, se você leitor ainda não jogou, que jogue, tenho certeza que vai se divertir.
    Mas sabemos que este bloguinho não é especializado em games, então porque estamos falando de MarioKart? Tal qual os criadores do jogo não imaginavam que ele conquistaria gerações, creio que não pensaram em quão boa é a dinâmica do jogo para explicar justiça social e meritocracia. Na verdade, vejo neste jogo uma ótima analogia. Se eu fosse professor, usaria o MarioKart pra introduzir estes assuntos.
    Ora vejamos. No MarioKart do Super Nintendo (o mais conhecido, na minha opinião o melhor, embora hoje eu esteja jogando a versão pra Wii) são oito personagens disputando as corridas, cada qual com suas características, pontos fortes e fracos, e diversas armas que podemos pegar ao longo da disputa. Cada arma com sua utilidade. 
    E vamos a corrida, que seria como nossa vida. Quem já jogou sabe que, dependendo da posição que está, vai receber armas diferentes. Quem tá na frente pega armas de defesa (bananinha, casco verde), quem não está nem a frente nem entre os últimos, pega armas de ataque menos intensas (casco vermelho, cogumelo de velocidade), e quem está no fim da fila pega as armas mais fortes (estrelinha e raiozinho). Desta forma o jogo é equilibrado, e todos tem condições de vencer a corrida e se recuperar caso estejam lá atrás. MarioKart é um jogo que mostra JUSTIÇA SOCIAL!
    Mas se MarioKart fosse um jogo MERITOCRATA, os personagens não seriam equilibrados entre si. Mário, Luigi, Peach representariam a classe dominante, seriam os donos da riqueza e dos meios de produção. Bowser e Donkey Kong Jr seriam o brasileiro de modo geral. Esforçados e talentosos, quando tem oportunidade correm muito, mas devido seu peso (burocracia, impostos), escorregam muito nas curvas da vida e quando param, demoram muito a se recuperar. Toad e Yoshi são o proletariado, um trabalha muito para facilitar a vida dos dominantes e o outro literalmente os carrega nas costas, sendo sacrificado quando necessário em favor dos mesmos (SuperMario World, SNES, quem já jogou sabe do que to falando). Koopa Troopa seria aquele cidadão que.... melhor não falar muito sobre este personagem, mas quem joga sabe que ele trabalha para o vilão maior e é sempre o primeiro a morrer. Tá cheio de gente assim por aí, mas vou somente sugerir ao leitor que pense sobre este assunto. Prosseguindo, a distribuição das armas seria de outra forma. Quem está em primeiro, está lá por mérito. Logo, é injusto que quem está por último pegue as armas melhores. Justiça é que todos tenham acesso às mesmas armas. Então os dominantes, mesmo em primeiro, pegariam estrelinhas e raiozinhos, e aos últimos as babaninhas e cascos verdes. Os primeiros sempre seriam os primeiros, os últimos sempre os últimos, a divisão de classes seria clara e a opressão seria institucional. MERITOCRACIA pura!
    É provável que os marxistas (e agregados) leiam esse texto e achem pouco profundo e pouco fundamentado. Mal sabem que talvez seu excesso de senso crítico e falta de tato para entender o que a classe oprimida sente (marxistas em geral são nascidos entre os opressores, tal qual o próprio Marx) dificultam o entendimento de suas ideias, especialmente pelos que eles querem proteger. Talvez textos bobos como este ajudem, mas eu só acho, não me atirem pedras.
    É provável que os meritocratas (eles nunca admitem que são, mas nós os enxergamos, não adianta tentar disfarçar) olhem esse texto e venham com os argumentos de sempre: sou contra bolsas, cotas, vagabundo tem que trabalhar, estrelinhas para todos ou pra ninguém e essas falácias de sempre. Por favor meritocratas, não percam seu tempo comentando, pois confesso que esses argumentos me dão muita preguiça.

Ps.: Meu blog receberá textos novos sempre que vier uma ideia e eu achar que devo postar. Não há um intervalo padrão entre as postagens nem um tema fixo, mas também nunca parei de escrever e não pretendo parar.


Um Abraco
David Justo